As tarefas domésticas e a saúde
Nicole Keith, doutora em saúde pública e professora da Indiana University, concentra seus estudos na promoção da atividade física como parte fundamental da saúde e longevidade. Seu trabalho ressalta como atividades cotidianas, como a limpeza da casa, podem desempenhar um papel vital na promoção da saúde física e mental, principalmente em populações mais vulneráveis, como idosos ou pessoas com mobilidade reduzida.
1. Atividade física e mobilidade
Keith argumenta que as atividades domésticas, como limpar o chão, lavar roupas ou arrumar a casa, são formas de movimento que muitas vezes são subestimadas, mas que, no entanto, podem proporcionar benefícios significativos. Em populações com estilos de vida sedentários, como idosos ou pessoas que trabalham em ambientes fechados, essas pequenas formas de atividade física contribuem para a manutenção da mobilidade, flexibilidade e força muscular. Embora não sejam equivalentes a exercícios intensos, essas tarefas aumentam o gasto calórico e promovem a circulação, ajudando a combater os efeitos negativos do sedentarismo, como a obesidade e doenças cardiovasculares.
2. Saúde cardiovascular
Estudos mostram que a falta de atividade física é um dos principais fatores de risco para doenças cardiovasculares. A pesquisa de Keith defende que, mesmo em intensidade moderada, o ato de realizar tarefas domésticas regularmente pode contribuir para a melhoria da saúde do coração. Atividades como esfregar pisos, carregar objetos e mover móveis, embora sejam vistas como triviais, exigem esforço aeróbico moderado que ajuda a fortalecer o coração, melhorar a circulação e reduzir os níveis de pressão arterial.
3. Benefícios para a saúde mental
Além dos aspectos físicos, Keith destaca a importância de um ambiente limpo e organizado para a saúde mental. Estudos de psicologia ambiental sugerem que a desordem e o acúmulo de objetos podem aumentar o estresse e a ansiedade. Keith reforça que o ato de limpar não só cria um espaço físico mais confortável e agradável, mas também oferece um momento de autocuidado e controle sobre o ambiente, o que pode aliviar sentimentos de caos e sobrecarga mental. Para muitos, a limpeza pode funcionar como uma forma de meditação ativa, um momento de alívio do estresse.
4. A limpeza e a saúde respiratória
Um dos impactos mais imediatos de um ambiente limpo na saúde é a prevenção de doenças respiratórias. Keith aponta que a limpeza regular pode diminuir significativamente a presença de alérgenos, como poeira, mofo e ácaros, além de germes e bactérias. Isso é especialmente importante em lares onde vivem pessoas com doenças respiratórias crônicas, como asma, ou alergias. Manter a casa limpa, portanto, reduz o risco de crises respiratórias e melhora a qualidade do ar interior, o que é fundamental para a saúde geral.
5. O impacto na qualidade de vida
O trabalho de Nicole Keith oferece uma visão prática e acessível para melhorar a saúde geral da população por meio de pequenas mudanças no cotidiano. A ideia de que algo tão simples quanto a limpeza da casa pode ter efeitos profundos na saúde física e mental é poderosa, especialmente em um mundo onde muitos enfrentam barreiras para o exercício físico tradicional. Ao incorporar movimento e atenção ao ambiente doméstico, as pessoas podem criar um ciclo positivo de bem-estar, melhorando a qualidade de vida de forma acessível e sustentável.
Em última análise, as pesquisas de Keith sugerem que, quando as tarefas domésticas são realizadas com regularidade e atenção, elas podem funcionar como uma forma eficaz de exercício e autocuidado, acessível a todos, independentemente de idade ou condição física.
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