Ciência explica porque reclamar altera negativamente o cérebro
Ouvir alguém reclamar, mesmo que seja você mesmo, nunca fez bem. Algumas pessoas dizem que reclamar pode agir como uma catarse, uma maneira de descarregar emoções e experiências negativas. Mas olhar com mais atenção ao que o ato de reclamar realmente faz para o cérebro nos dá motivos reais para lutar por um estado de espírito mais positivo e eliminar o mimimi de nossas vidas.
O cérebro é um órgão complexo que, de alguma forma, funciona em conjunto com a consciência para criar a personalidade de um ser humano, sempre aprendendo, sempre recriando e se regenerando. É ao mesmo tempo o produto da realidade e o criador da realidade, e a ciência está finalmente começando a entender como o cérebro cria a realidade.
Autor, cientista da computação e filósofo, Steven Parton, examinou como as emoções negativas na forma de reclamações, tanto expressas por você mesmo ou vindas de outros, afetam o cérebro e o corpo, nos ajudando a entender por que algumas pessoas parecem não conseguir sair de um estado negativo.
Sua teoria sugere que a negatividade e a reclamação realmente alteram fisicamente a estrutura e função da mente e do corpo.
“Sinapses que disparam juntas, se mantém juntas”, diz Donald Hebb, que é uma maneira concisa de compreender a essência da neuroplasticidade, a ciência de como o cérebro constrói suas conexões com base em tudo a que é repetidamente exposto. Negatividade e reclamações irão reproduzir mais do mesmo, como essa teoria destaca.
“O princípio é simples: em todo o seu cérebro há uma coleção de sinapses (responsáveis por transmitir as informações de uma célula para outra) separadas por espaços vazios chamados de fenda sináptica. Sempre que você tem um pensamento, uma sinapse dispara uma reação química através da fenda para outra sinapse, construindo assim uma ponte por onde um sinal elétrico pode atravessar, carregando a informação relevante do seu pensamento durante a descarga.
“… toda vez que essa descarga elétrica é acionada, as sinapses se aproximam mais, a fim de diminuir a distância que a descarga elétrica precisa percorrer… o cérebro irá refazer seus próprios circuitos, alterando-se fisicamente para facilitar que as sinapses adequadas compartilhem a reação química e, tornando mais fácil para o pensamento se propagar. “
Além disso, a compreensão desse processo inclui a ideia de que as ligações elétricas mais utilizadas pelo cérebro se tornarão mais curtas, portanto, escolhidas mais frequentemente pelo cérebro. Isso explica como a personalidade é alterada.
No entanto, como seres conscientes, temos o poder de modificar esse processo, simplesmente ao nos tornarmos conscientes de como o jogo universal da dualidade atua no momento em que surgem os pensamentos. Nós temos o poder de escolher criar pensamentos conscientes de amor e harmonia, garantindo, assim, que o cérebro e a personalidade sejam positivamente alterados.
A empatia e o efeito em grupo
Vamos além do efeito que a reclamação tem sobre o próprio indivíduo. Essa linha de raciocínio científico se estende até a dinâmica entre duas pessoas, explicando cientificamente como a reclamação joga outras pessoas para baixo.
Assim, quando alguém derrama um caminhão de fofocas, de negatividade e drama em cima de você, você pode ter certeza que está sendo afetado bioquimicamente, diminuindo as suas chances ser feliz. A exposição a esse tipo de explosão emocional realmente provoca stress. E já sabemos que o estresse mata. Portanto, reclamação e negatividade podem contribuir seriamente para a sua morte precoce.
Parton refere-se a essa perspectiva como “a ciência da felicidade”, e este comportamento de reclamação contínua oferece um estudo propício para a ligação entre o poder do pensamento e a capacidade de controle que uma pessoa pode ter sobre a criação de sua realidade tridimensional.
“… Se você está sempre reclamando e menospreza o seu próprio poder sobre a realidade, você não pensa que tem o poder de mudar. E assim, você nunca vai mudar. “
Você sabia? Passar muito tempo exposto a negatividade prejudica a sua função cerebral. Se você está acostumado a escutar as reclamações dos outros, veja como se defender
Você odeia quando as pessoas reclamam? Não se preocupe você não é o único. De acordo com a pesquisa norte-americana, ouvir muitas reclamações é ruim para o cérebro em vários fatores. Os neurocientistas verificaram que ao medir a atividade cerebral, enquanto o cérebro era confrontado com vários estímulos, incluindo uma sessão de reclamações, a atividade cerebral diminuía.
Para Trevor Blake, empresário e autor do livro "Three Simple Steps: A Map to Success in Business and Life", o cérebro funciona como um músculo, se você fica muito tempo escutando alguém ser negativo, você está mais propenso a se comportar dessa maneira. A pesquisa revela ainda que a exposição a 30 minutos de negatividade - incluindo ver um material ruim na televisão - na verdade descasca neurônios no hipocampo, ou seja, o cérebro fica "anestesiado".
Se você quer defender o seu cérebro de toda a negatividade, confira algumas estratégias que podem ajudar:
1. MANTENHA A DISTÂNCIA
Se você tem um colega que reclama muito, não fique perto dele o tempo todo. Um pouco de distância pode ajudar a minimizar esses sintomas de estresse e infelicidade. O seu cérebro vai agradecer por ter menos problemas para se preocupar.
2. TENTE AJUDAR
Se você não consegue se distanciar, procure tentar ajudar o seu colega. Analise as possíveis soluções, e auxilie na resolução desses problemas. Isso vai fazer bem para ambas as partes.
3. BLOQUEIE A NEGATIVIDADE
Quando você está escutando uma reclamação, existem várias formas mentais de bloquear toda a negatividade que você está ouvindo. Imagine lugares bonitos, ou até outras situações para não “somatizar” as reclamações. Dessa forma, você vai escutar os problemas e não vai absorver em seu cérebro.
Fontes: http://www.wakingtimes.com/2016/03/03/science-explains-how-complaining-is-negatively-altering-your-brain/
http://noticias.universia.com.br/atualidade/noticia/2012/09/19/967681/ouvir-reclamaces-e-ruim-cerebro-aponta-pesquisa.html